"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Voltaire

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A MÁFIA NOS TRANSPORTES


Há pouco tempo começou a ser desmantelada no país um dos maiores esquemas de corrupção e fraude já vistos na área dos transportes. Denúncias direcionadas a altos cargos do Ministério que derrubaram o ex-ministro dos transportes Alfredo Nascimento, e seus aliados. Dentre eles Luiz Antônio Pagot – diretor geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), José Francisco das Neves (o Juquinha) – diretor presidente da Valec (estatal responsável pelas ferrovias) e os assessores do ex-ministro. Todos ligados ao PR, Partido da República.

O PR é responsável pelo Ministério dos transportes cerca de sete anos. Lá, teve a função de coordenar obras da logística que o próprio nome carrega, transportes. Por exemplo, a construção de rodovias – federais –, de hidrovias, de ferrovias, a manutenção das mesmas e seus respectivos custos e afins. Porém, não é o que se vê rodando pelo país. O escândalo noticiado na mídia está focado, principalmente, nas rodovias. Estas mal geridas e que servem de trânsito para o roubo do erário público por aqueles de colarinho branco. Perfaz-se assim, a incompetência e falta de punho do partido em administrar um posto de importância econômica ao Brasil.

Até o dia 27 de julho, haviam sido demitidos 20 servidores do Governo, em que, a maioria dos demitidos são do Partido da República. Contudo, essa atitude advinda da presidência provocou a irritação da cúpula do partido nas casas de votação. Então, um deputado do PR disse que o Governo deve ser mais cordial com a base aliada para não ter problemas no Senado e na Câmara. Isso porque o Governo efetuou tais demissões sem consultar seus coligados pois era evidente que o Ministério precisava passar por uma re-estruturação o quanto antes. O engraçado disso é que o PR ao invés de dar exemplo, repudiando as atitudes de seus membros que foram afastados por corrupção os apoia. Para não criar mais atritos, o Governo (PT) também afastou seu partidário, Hideraldo Caron da Diretoria de Infraestrutura Rodoviária do Rio Grande do Sul.

Os principais problemas que têm resultado nessas demissões ou afastamentos do Ministério,reside nas 23superintendências do DNIT. Dentre elas, 15 estão sendo investigadas por superfaturamento de obras, corrupção, fraude em licitações e tráfico de influência. As denúncias atingem os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Enquanto isso, obras paradas, ou mesmo rodovias sem asfalto ou com sérios riscos a causar acidentes. Faltam sinalização, acostamento, e sobram nervosismo/tensão ao dirigir por BR's movimentadas de sentido ida-e-volta.

Semana passada, em entrevista à imprensa o ministro das comunicações, Paulo Bernardo, filiado ao PT, disse que é quase impossível não haver problemas no DNIT, quando se referia ao caixa do órgão que neste ano chega perto dos 14 bilhões de reais. O ministro completou sua fala: “o TCU (Tribunal de Contas da União) vai continuar apontando irregularidades no setor. Isso não vai mudar”. Com essa fala senti um certo tom de desprezo, menosprezo, de alguém que por obrigação deveria combater essa situação, mesmo que esteja “fora de sua ossada”.

Por fim, “Já estava na hora de realizar uma faxina em Brasília. Não com a tal vassourinha como quis Jânio Quadros, mas com algo feroz: tratores potentes que rasgam e duplicam estradas superfaturadas e aditivadas a bel prazer”. Assim, Ademir Rêgo, escritor e colunista do Surgiu do Tocantins, expõe a sua opinião e a de muitos brasileiros indignados com este abuso de posição de certas pessoas na Esplanada. Só espero que toda essa máfia nos transportes seja punida com rigor, para então o Brasil se alinhar e interligar mais efetivamente e comodamente os seus extremos continentais.


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