Na realidade, o ENEM 2011 já veio carregado com um fardo pesado. Provas roubadas (2009), cadernos de perguntas alterados (2010), e então, questões com gabaritos conhecidos por certos alunos. Aplicar uma prova em contexto nacional é bastante complicado, ainda mais em um país de dimensões continentais. Mesmo porque, até essa prova alcançar os olhos dos candidatos requer a honestidade de muitas pessoas. Assim, aumentar o poder de vigilância diante às provas é uma alternativa. Porém, o assunto neste momento roda em outras esferas.
Ano passado o Ministério da Educação (MEC) afim de testar o seu banco de questões (hoje aproximadamente com seis mil perguntas), elaborou um simulado no Colégio Christus do Ceará. Naquele simulado, estavam presentes 14 perguntas do ENEM 2011. Veja bem: ir para um exame que garante uma vaga na universidade não paga, de posse de algumas das respostas pode ser crucial. Exatamente por isso o Ministério Público (MP) pede anulação parcial ou total do ENEM.
O Governo trabalha na intenção de anular os cartões-respostas dos alunos do colégio cearense, e aplicar outra prova. Isso têm provocado revoltas em vários estados da federação, pois quem tirou uma nota ruim teria nova chance de melhorar.
Por fim, invalidar ou mesmo reaplicar a prova possui custos elevados. Eles que vão desde financeiro até administrativo: atraso no ano letivo das universidades, e além da convocação dos alunos egressos do ensino médio. O mês de novembro está à porta. E, programar um vestibular não é fácil. É necessário tempo e dinheiro. Portanto, anular o ENEM seria prejuízo maior. Mas o pior é quando os estudantes se preparam o ano inteiro para o “dia D”, e ainda se verem em frente a mais uma angústia. Vê-se aí a postura do país perante a educação. Os alunos não são palhaços.