Dia 22 de março é o Dia Mundial da Água. Momento este para se analisar e questionar sobre o destino que o homem tem dado aos recursos hídricos. Embora já tenham ocorrido inúmeros congressos sobre o tema, pouco de efetivo aconteceu. Assim, diariamente a água é contaminada, o que prejudica, em especial, o consumo. Nada mais, nada menos a favor do conforto. Algo que deve mudar quando ela se tornar, de fato, capital de valor agregado (uma commodity). Só então daremos o devido valor real que ela merece e tem.
A água é um importante bem material para o homem, tanto estrategicamente, quanto socialmente. Todos precisam dela para sobreviver. Basta olhar para a criação da humanidade, por exemplo, biologicamente: 70% do corpo humano é água compondo os processos metabólicos. Lubrificação e sustentação dos órgãos do corpo, é outra função. Entretanto, o homem tem gasto a forma pura da água de maneira irresponsável e sem critérios.
De uma dádiva, a água pode passar a ser uma raridade. Estudiosos cogitam que em breve a água será causa de conflitos entre nações. E o Brasil tem sido um dos países mais cogitados entre os envolvidos nesses conflitos. Dos 3% de água doce no mundo, sendo 1% potável, 12% destes perfazem os grandes rios do país (águas superficiais), sem somar o Aquífero Guarani. Não restam dúvidas que o Brasil foi privilegiado. E por isso, muitas pessoas pensam que a água é infinita, inesgotável. Engano. Um inocente engano.
A distribuição irregular desse vital recurso problematiza a situação. Enquanto que, as cidades captam mais água para a população urbana, a população rural sofre com o desvio do curso dos rios e com a consequente falta de tratamento da água (esta, contaminada). Desse modo, contrair doenças não é difícil. Segundo a Organização Socioambiental, estima-se que entre 50% e 70% das águas brasileiras disponíveis para consumo estejam contaminadas, fruto do uso desenfreado nas cidades e dos poços/minas furados sem fiscalização. Um dado internacional assustador, é a imensa disparidade entre os 9L de água por dia de um africano, contra os 250L-300L de água por dia de um americano. Um verdadeiro descompasso humano, social e ético.
Enfim, ninguém quer que transnacionais ocupem seu território nacional e privatize o sistema de saneamento. O consumo sustentável deve imperar sobre o consumo desmedido, via atitude consciente da população que também deve primar pelo reuso da água. Os acordos das Agenda 21 e Rio-92 estão aí para serem cumpridos. Basta vontade. Esperar pelos governantes por uma campanha em massa para resolver mudar de vez costumes, é complicado. Se cada um fizer sua parte, com certeza as gerações futuras também poderão tomar aliviadas a água pura de nossos dias.