"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Voltaire

quarta-feira, 20 de março de 2013

POR QUE SE JULGA TANTO O “DIFERENTE”?

semnenhumpreconceito.blogspot.com.br, acesso em 2013

Na sociedade em que vivemos hoje prega-se, insistentemente, padrões pré-determinados de moda, estilo de vida, de conceitos de certo e errado que não abrem brechas para o exótico, o fora de época. E, quando isso acontece, inúmeras situações de discriminação estão previstas para ocorrer. Não por acaso, o que foge das aparências rotineiras causam espanto nas pessoas devido a sua criação. Cabe a cada um de nós aprendermos a relativizar (bem) as situações pelas quais passamos para tentarmos enxergar imparcialmente o “desigual”.

Nunca se falou tanto em igualitarismo nas suas mais variadas formas como agora neste século. Século que preconizou a igualdade como uma das conquistas revolucionárias que ocorreram no século XX. E, que então, segue em busca de respeito. Porque na época o conceito de vida social se baseava categoricamente no “uniformismo humano”. Todos deveriam ser defensores das mesmas ideias, preceitos e vontades sem questionar a nada ou alguém. Uma verdadeira ditadura de opiniões e pensamentos modelados segundo o que julgavam certos líderes ser o mais bonito, o mais correto para ele e para o seu povo (a sua suposta raça).

Devido a esses tais “engessamentos de opinião” que foram passados de geração a geração – os quais ainda sobrevivem – deram início, assim, à formalização dos inúmeros preconceitos: raciais, sexuais, físicos, comportamentais. Por que julgam tanto o negro, o gay, o deficiente físico? O que essas pessoas fizeram de errado? Terem nascido? A ira de Deus se revelando? Geralmente aqueles que defendem tais posicionamentos, perfazem um grupo restrito e sem fundamentos que prega o ódio e a violência como única maneira de exterminar da sociedade a presença daqueles marginalizados.

A sociedade é construída por diferentes histórias trilhadas por caminhos distintos. Cada pessoa se faz como o único exemplar de uma linha de produção não automatizada, que porta hábitos convergentes ou não, costumes convergentes ou não, crenças convergentes ou não. As pessoas são diferentes e não iguais como tentam (ou tentavam) rotular. Por isso, a tamanha intolerância pelo incomum. Perceber esse fato, monta a real importância de se viver em comunidade.

Finalmente, aceitar o que sempre pareceu estranho para nós como normal pode ser um choque. Justamente porque o diferente do que somos é enfrentado como errado – inoportuno de se executar. Daí a razão dos conflitos étnicos, nacionalistas, políticos, esportivos. Se cada um pondera-se melhor o lado oposto da sua concepção, com certeza, o mundo não seria tão problemático como está seguindo até então. Qual seria a graça se todos nós pensássemos da mesma forma? Com certeza, muita coisa boa não existiria.