"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Voltaire

domingo, 30 de setembro de 2012

MENSALÃO E O JOGO POLÍTICO DOS GIGANTES


O Brasil recomeça a viver um dos seus escândalos mais recentes de corrupção e ladroagem nos órgãos públicos: o Mensalão do PT em 2005. Essencialmente representado por José Dirceu – o Cabeça – e por José Genoíno – o co-Cabeça do esquema –, o Mensalão explodiu como uma complexa venda e compra de votos de deputados por representação política e fortalecimento de caixa de campanha eleitoral. Este, dito Caixa 2, soa menos agressivamente para os réus no Supremo Tribunal Federal (STF) que, simplesmente, dinheiro “marquetado” e embolsado por eles.

Após sete anos de deflagração do enorme esquema mensaleiro, agora o STF julga toda a trama arquitetada pelos mentores do governo petista da época. Naquele momento, nada se podia provar. Até que então vazou o vídeo com o administrador de Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, que estaria a mando do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) para receber maços de dinheiro de alguma entenda. Foi o estopim que a mídia direitista precisava para atacar o governo.

O que a mídia não contava (e ainda não conta), era com o Mensalão tucano em Minas Gerais, hoje muito útil como discurso eleitoral para os adversários do PSDB nessas eleições municipais e, da compra de deputados em 1999 (pelo próprio PSDB) para aprovação de Emenda Constitucional que permitisse a reeleição de FHC. Tudo confirmado pelo deputado Ronnie Von Santiago que disse ter recebido R$ 200 mil de psdbistas. Não foi feito um estardalhaço como o de agora devido a grande imprensa representativa que era a favor daquele governo.

A corrupção sempre esteve entremeada na história das partições públicas brasileiras, configurando, assim, nos fatores econômicos, sociais e políticos existentes no país. E, não por acaso, esse tema vêm ganhando preocupação, não apenas da classe média tradicionalmente moralista, mas das classes que antes eram renegadas da conversa. Baseando-se exatamente nessa tese de moralidade que os advogados dos 38 réus no “Julgamento do Mensalão” (veja os links abaixo), tentam ponderar a nobreza de seus clientes. Um fato muito, mas muito complicado quando a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Procuradoria Geral da União acusam-nos de peculato, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, evasão de divisas, gestão fraudulenta e falsidade ideológica.

Outra coisa para também se analisar será a imagem que o Poder Judiciário passará à nação brasileira ao fim do processo. Se a boca fica amarga por julgar um ladrão de colarinho, mesmo que o ministro tenha sido posto para essa função – a de condenar –, não deve esmorecer. Deve sim ser justo. Algo que a mídia tenta perfazer em seus telespectadores segundo sua visão modelada, ou seja, sua visão empresarial. É a suposta “opinião pública” que condena somente o mensalão petista, mas (estranhamente) não condena o mensalão do DEM e a barganha no governo FHC. Sem dúvidas haverá a sentença “CULPADOS!”. A questão é: será que fica o exemplo?

***VEJA AS ANIMAÇÕES NOS SÍTIOS:



***VÍDEOS:

IMPLICANTE.ORG - O CRIME DO MENSALÃO

CQC FAZ UM RESUMO DO MENSALÃO

TV RECORD - PROCURADORIA GERAL PEDE CONDENAÇÃO (08/07/2011)

LEI DOS HOMENS - PARA DEFESA, NÃO EXISTIU MENSALÃO

ARNALDO JABOR - O MENSALÃO (13/09/2006)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A PELEJA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA


Não é de hoje que se ouve falar dos problemas na educação pública brasileira. São inúmeros, mas basicamente firmados em quatro pilares como remuneração salarial, infraestrutura universitária, fortalecimento da grade acadêmica e o aumento quantitativo de escolas superiores. Estes foram os principais argumentos dos professores universitários federais, que já estavam em greve há quatro meses. Vencidos pelo cansaço imposto pela omissão governista, agora, os docentes retomam as suas funções após ouvirem a opinião de Ministro da Fazenda Guido Mantega: “a educação vai quebrar o Brasil”... reles mortal.

Desde 17 de maio, 57 das 59 federais estavam com suas atribuições suspensas em questão da greve dos professores. Foram quase totalmente paradas as atividades nas faculdades de ensino em busca da melhoria nas IES (Instituições de Ensino Superior). Estavam presentes servidores e também alunos nas várias passeatas e reivindicações “pró-ensino público de qualidade”. Porém, enquanto isso, a cúpula do governo em Brasília, onde se reuniam no horário do lanche para bater um papo descontraído sobre a crise nas federais com diversos pedagogos e ministros, lá também estava o glorioso ministro Guido Mantega quando soltou sua pérola: “O investimento em educação vai quebrar o Brasil”.

Bem, deduz-se que para um indivíduo ser ministro deveria, ao menos, saber o que diz publicamente. Almejar lucros únicos e exclusivos com a venda de produtos-da-terra, é demonstrar incompetência analítica como um participante da administração estatal. Contudo, ainda em Brasília, analisando a conduta do Ministério da Educação (MEC) com Aloísio Mercadante, a situação se torna mais deprimente: “Estou surpreso com a deflagração da greve (em maio)”, disse o ministro. Ora, absurdo seria não estar, pois o MEC desde o início não esteve a frente sequer das negociações, que foram incumbidas ao Ministério do Planejamento.

Os principais sindicatos da categoria “brigaram” por mudanças (com dúvidas ao Proifes – sindicato elaborado pelo governo). Entretanto, o governo se mostrou distante ou mesmo pouco motivado a colaborar. É mais fácil incentivar o ensino privado que forma alunos técnicos, não cientistas (que possuem uma grade curricular deveras insuficiente e relaxada), e abrir vagas via Prouni e Fies em particulares. Ou seja, privatizar indiretamente a educação. O professor da USP e UFRJ Carlos Eduardo Martins em seu texto no Blog da Boitempo “Hora de abandonar a herança maldita: O governo Dilma e as greves no Serviço Público”, expõe dados relevantes quanto as matrículas no ensino superior. Hoje, do total de matriculados no país, contam só com 25% no ensino superior público. Um contrassenso para um país que deseja ser uma grande potência no mais abrangedor da palavra.

Por fim, a peleja educacional brasileira se arrasta há tempos e o número de culpados é grande. O abismo cultural e intelectual no país é um absurdo. Daí o ínfimo incentivo populacional às greves julgando os professores como bandidos ou uma corja de safados. Quem forma cidadão ativo e consciente são professores, não são policiais, nem políticos ou qualquer outro agente de Estado. Não são os doutores e mestres que “perderam”, por cansaço, sozinhos por uma reforma mais profunda na conjuntura educacional. Ninguém trabalha se seu dinheiro for perdendo força por falta de reajustes devido a inflação. Mão-de-obra qualificada e especializada que no Brasil é menosprezada, infelizmente. O que esperar de uma nação que se transforma quando vê uma bola rolar ou quando ouve uma batucada soar?

***VÍDEO:

EDITORIAL BAND: 29/06 SOBRE AS GREVES NAS FEDERAIS



Leia também:

GREVE DOS PROFESSORES: UM ATO NECESSÁRIO


EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: ATÉ QUANDO SERÁ COMO ESTÁ?

O BRASIL NECESSITA DE UMA CONVULSÃO SOCIAL

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

VOTAR, EM QUEM VOTAR? EIS A QUESTÃO


Chega a hora de todos nós exercermos a nossa cidadania em outubro, quando elegeremos para o governo municipal pessoas cultas, bem informadas, íntegras, de moral invejável e que lutam fervorosamente pelo povo. Pessoas que dão a vida pela causa. Pela causa humanitária, ecológica, educacional, social e pública. São pessoas como estas, desinteressadas em altos salários, em conchavos partidários, portadoras de um passado transparente e único (Ficha Limpa), que precisamos. Ah, tem mais: logo elas estarão à sua porta, sabe pra quê? Para levá-lo ao Fantástico Mundo da Embromação.

Não é pra menos que tudo (ou quase tudo) se transfigura durante a “época de eleição”. Indivíduos totalmente desconhecidos para você, passam, repentinamente, a serem seus amigos nesse tempo. E, olha, ôô cara chato esse viu... dá papelzinho com sua fotinha e tudo mais, como se fosse fácil esquecê-lo até a data da votação. Batem nas suas costas antes de partirem, confirmam seu voto, e somem para nunca mais serem vistos novamente. Aliás, misteriosamente, a cada quatro anos, eles executam uma espécie de diáspora invertida, retornando, assim, a casa da qual retiraram seu “néctar da bonança” (o voto).

Cabe a cada um de nós na sociedade, negar aquele mel aos espertalhões que só querem se lambuzar, furtando dos políticos de boa fé (in literis ou não) o trabalho honesto. Mas, jogar esse mel no rio também não pode. É importante saber em quem confiar as chaves da dispensa pública onde se guardam os tambores desse melado. Se as leis punitivas são pouco eficazes (CPI's e Tribunais sem inquisição), o boca-a-boca conta bastante. Por exemplo, caso toda a população de nossa humilde terra soubesse que senhores como Maluf, Cachoeira, Demóstenes & Cia, roubavam os potes sem serem incomodados, não elegeriam eles (?) repetidas vezes como guardiões do porta-chaves.

Contudo, o tempo vai passando... a memória já não é lá essas coisas..., e pimba! Maioria dos votos válidos ou proporcionais efetivam os “ladrões da riqueza comum”! Mas, como? Esse tipo de raça usa de estratégias de guerra muito melhores do que o combate mano-a-mano: a persuasão. O marketing radiofônico e televisivo de que empregam em campanhas eleitorais é enorme. Lógico, a alienação do povo também ajuda. O ano 2000 foi prova de como o atual governador-mor de Goiás soube usar disso.

Agora, só pra finalizar meu pensamento: dá pra ficar triste com os jingles de campanha? E com as figuras engraçadas do “horário eleitoral gratuito sob responsabilidade dos partidos políticos”? Dá-lhe Delesmanos, Joãozinhos da Pamonha, das Ambulâncias, dos Detrans, Ivones dos Procons, dos Cais, e e e e … lista grande que cansa. Não caberia aqui, nem na cabeça das pessoas se não fossem esses apelidos hilários e cheios de criatividade. Mas, cá entre nós, chamar um indivíduo desses então de Vossa Excelência é a pura gozação, não? Se brincam com o sério, porque o inverso também não pode? Aaaa vai entender essas coisas viu.

***FOTOS:

FICHAS SUJAS DEFERIDOS

"AUMENTAREI MEU SALÁRIO"

CORRUPTORES DA EDUCAÇÃO

CANDIDATOS À PREFEITURA DE GOIÂNIA

***VÍDEOS:

O PODER DO VOTO

VOTO CONSCIENTE

NÃO ACEITE CORRUPÇÃO!

*****VIGIE SEU CANDIDATO APÓS AS ELEIÇÕES:

*Não Aceito Corrupção (Ministério Público Democrático):
http://www.naoaceitocorrupcao.com.br




*Movimento Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE): http://www.mcce.org.br/


*Voto Consciente: http://www.votoconsciente.org.br/

*Transparência Brasil: http://www.transparencia.org.br/

*Portal da Transparência: http://www.portaltransparencia.gov.br/



*Projeto Excelências (Transparência Brasil): http://www.excelencias.org.br/


*Câmara Municipal de Goiânia: http://www.camara.go.gov.br/default.aspx

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

COTAS NAS FEDERAIS: UM MAL NECESSÁRIO?


Em sua igualdade majestática a Lei proíbe tanto ao rico quanto ao pobre dormir embaixo da ponte, esmolar nas ruas e furtar pão”.

O programa de cotas utilizado pelas universidades públicas tem sido uma das formas de acesso ao ensino superior pelos vestibulandos egressos da rede pública. Dessa maneira, tenta-se democratizar a educação que há décadas é vista no Brasil como elitizada. Não pra menos que tal classe se vê contrariada em seu status quo, e vai as ruas protestar. É lógico, políticas afirmativas deveriam ser passageiras e não ampliadas como vem sendo feito. Contudo, se elas não forem trabalhadas sincronicamente com investimentos no ensino fundamental e médio, efetivamente, a sua função de acesso a educação à todos os excluídos se transviará em uma medida sem muitos préstimos no futuro. Proteger a geração que ainda virá é importante, mas sem esquecer, claro, da geração de agora.

Existem inúmeros argumentos favoráveis e contrários a lei aprovada pelo Senado no dia 07 de agosto e sancionada pela presidenta Dilma ontem (29/08): A Lei de Cotas. Esta, prevê que do total de vagas destinadas ao vestibular, metade seja para alunos de escola pública. E, dentro dessa metade, 50% estejam reservados a negros, pardos e índios autodeclarados perante uma banca de julgamento étnico. Assim, pelos critérios da universidade, o candidato teria uma bonificação no exame para concorrer a uma vaga. Não é justo, em vista da inoperância e da ineficiência da educação pública do ensino médio frente as dicotomias do meio social brasileiro? Bem, não é do mesmo modo que os contrários à Lei pensam.

Os discursos dos “bonzinhos”, como disse Paulo Moreira Leite em seu artigo “O Preconceito dos Bonzinhos” na sua coluna Vamos Combinar da revista Época, são cheios de critérios aburguesados: “o aluno não entrará de cabeça erguida pela porta da frente; há um desrespeito pelo mérito dos estudantes não-cotistas; o nível da educação superior pública decairá; os cotistas se sentirão menosprezados e rejeitados no ambiente universitário...”. Exposições de puro interesse classista. Existem ponderações nas defesas, mas não argumentos sólidos que possam convencer racionalmente um indivíduo sensato. Quem disse que todos os cotistas desistem do curso durante o seu progresso? Isso é generalizar... Quem disse que não haverá mérito desses candidatos aprovados pós enfrentamento de horas em provas?

Outra análise a se fazer também é: realmente o vestibular mede eficazmente a meritocracia? Avalia a real inteligência da pessoa, ou apenas cobra a sua capacidade de associação mecânica e de elaboração repetitiva de respostas a perguntas consagradas? O vestibular está longe de ser um método igualitário frente as disparidades da nossa sociedade. Outra crítica passível se baseia na possibilidade de queda da qualidade acadêmica. Enquanto alunos da rede privada defendiam essa máxima na “Marcha do Todinho” em Goiânia domingo, 19 deste mês, o Jornal O Popular tinha como manchete a contra-argumentação para tal: “filha de pai caminhoneiro e mãe que recicla reutilizáveis, Mariana é uma das melhores alunas na Faculdade de Medicina da UFG vindas de escola pública”.

Um estudo realizado pelo Laboratório de Políticas Públicas da UERJ mostra Os 10 mitos sobre as Cotas nas instituições federais. A comissão chegou a conclusões que fazem cair por terra a maior parte das opiniões pouco elaboradas sobre o tema. Inclusive sobre os negros. É inquestionável a existência do preconceito dentro da sociedade brasileira, por mais que se confirme sua miscigenação. E isto, está vinculado ao processo histórico pelo qual passamos, que enriqueceu a Casa Grande por meio da exploração da Senzala. Porque semelhante aos EUA nos anos 60, as políticas de discriminação positiva vem com o intuito de oferecer oportunidades que antes eram vistas qual irrealizáveis para este grupo tão desprezado que são os negros. Nunca, nenhum deles disse que eram incapazes de concorrer como universais nos concursos, só não tiveram a mesma preparação sistemática que os brancos de rede particular possuem até hoje.

Enfim, as políticas compensatórias se fazem de uma oportunidade ímpar para a grande população pobre brasileira que faz uso do ensino público – mudar sua situação para melhor e de seus familiares pelos estudos. É egoísmo e preconceito pensar que o aluno de escola pública seja incapaz de acompanhar as aulas, de se esforçar na universidade, de que não podem sequer se sustentar lá dentro devido aos custos da formação... Repito: puro egoísmo e preconceito. Todos tem direitos (óbvio), mas será que são iguais para todos? Não, justamente porque ainda impera no Brasil uma conservadora divisão de classes que segrega seus cidadãos. Na verdade somos desiguais, e para tanto, se combate a injustiça tratando os iguais de maneira igual, e os desiguais de maneira desigual. Não pode o Estado cobrar de todos os mesmos deveres, nem oferecer a todos os mesmos direitos. Pois, se dos pobres sempre tirava e dava aos mais abastados (via impostos indiretos, benefícios creditícios, redução de cobranças em cadernetas bancárias), o inverso, agora, começa a ressoar rumo ao povo.

***VÍDEOS:

Pedro Cardoso - Cotas nas Universidades


Hélio de La Peña - Cotas nas Universidades


O Problema da designação de quem é negro


Debate - Cotas Raciais


Canal Livre - As Cotas na Universidade (com Demétrio Magnoli)


Opinião de Rachel Sheherazade


A repercussão fora do Brasil (telesur)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

TECNOLOGIA: COMO O SER HUMANO USA?


O uso consciente da inteligência humana provocou uma série de inovações tecnológicas na vida das pessoas, tanto para o bem quanto para o mal, consequentemente. Assim, o perfil da sociedade veio se fazendo desde a invenção de coisas que hoje até parecem banais, tal como a roda. A preguiça do homem aliada as suas experiências permitiu-lhe o controle sobre certas circunstâncias para delegar, enfim, melhor sua vida.

A invenção das máquinas sejam elas de transporte físico – carros, aviões, navios – ou de transportes de dados – internet, tevê, rádio –, influenciaram positivamente no tempo real do homem. Seus afazeres ficaram mais práticos e menos dispendiosos, espacialmente. Dessa forma, otimizar esse tempo real nas suas obrigações diárias com mobilidade, segurança e conforto aumentam consideravelmente seu nível de vida.

Virtualmente, o acesso a informações via rede interativa de computadores é a mais alta expressão da expansão tecnológica. E o homem tem feito usufruto disso, especialmente para lucrar em cima dela. Entretanto, para algumas pessoas, se controlar diante do magnífico mundo da “recíproca digital”, isto é, da mágica sedução eletrônica é bem difícil. Daí a fácil manipulação das massas através dessas redes interativas.

A falta de criticidade no meio social provoca a estagnação e o conformismo pela situação atual. Mesmo que esta seja ruim, a uniformidade dos pensamentos impossibilita mudanças. A tevê, o rádio auxiliam nessa alienação do homem – a tecnologia favorecendo a exploração, no caso, para a mídia. Contudo, isso seria menos eficaz se a população usá-se racionalmente os recursos que lhe são dispostos para se informarem e formarem, então, opiniões por intermédio de redes sociais, jornais digitais e a comunicação em geral.

Por fim, o alto poder tecnológico hoje disponível afeta de diferentes maneiras a vida do homem. Se o uso das variadas tecnologias não fossem feitas ao acaso, com uma finalidade específica ao menos, com certeza o rendimento delas seriam melhores. O homem pode maximizar seu conforto, sua qualidade de vida. Basta dar prioridade as tecnologias importantes para seu cotidiano. Pena que ele não vê isso assim.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

DESAFIAR O PORVIR OU SE ESQUIVAR DELE?


O Homem é um indivíduo construído pelas suas dúvidas, medos e receios. Isso faz com que ele se preserve, ou mesmo se precavenha, diante das problemáticas de sua vida. Desse modo o homem tenta ponderar certos acontecimentos de seu cotidiano, porém nem todos. Algo que o frustra perante todo o mecanismo dos tempos modernos baseados na instantaneidade. Para ele o desafio pode ser motivador, contudo, é ao mesmo tempo conflitante.

Há séculos, o ser humano procura formas de prever o Amanhã. Para tanto, já recorreu até ao misticismo. E com a ajuda de oráculos e videntes, tentou premeditar diversas situações futuras. Geralmente, com o intuito de proteger a família, a colheita, a sua terra de inúmeras ocasiões de perigo. Então o homem foi se aperfeiçoando e criando meios para se proteger da Dúvida, ainda mais quando seu cotidiano tornou-se rigidamente controlado pelo tempo.

Boa parte das invenções técnicas e científicas de hoje foram pauta de discussão no passado, com a finalidade básica de proteger e melhorar as expectativas de vida futura. Por exemplo, as inovações na Medicina. O temor de contrair uma doença grave dentro de poucos meses ou anos, provoca no homem um medo desmedido – da morte. Daí as múltiplas inovações tecnológicas na área médica por meio de remédios, tratamentos, cirurgias, aparelhos sofisticados.

O Homem é muito vulnerável em relação ao desconhecido. Por isso ele se sente acuado quando percebe que seus esforços são praticamente vãos. Contudo, com a experiência adquirida em vida aliada ao treinamento prático e a análise crítica, aos poucos, auxilia-o na superação de seus obstáculos (medos). E, pode ser que, a cada novo imprevisto, ele faça disso uma nova chance para o recomeço, para enfrentar seus temores.

Enfim, mesmo com diversos motivos para estar apreensivo, tenso ou em alerta quanto ao futuro, o Homem não se entrega. Talvez porque já tenha se frustrado várias vezes com planos que aparentemente eram infalíveis. E o pior disso: não estar preparado para contornar os imprevistos. É por isso que deve haver uma preparação dia após dia, no intuito de suportar melhor esses imprevistos. Ninguém quer estar despreparado e deixar que o medo tome conta das suas ações em um momento extremo. Portanto, tentar se esquivar do futuro pode ser algo muito perigoso. Ninguém sabe a força e o poder de suas consequências.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

FIB OU PIB – O QUE É MELHOR?


Viver em sociedade é complicado devido as diversas adversidades da convivência em coletividade. Primeiro porque responsabilidades são impostas às pessoas – o que exige certos gastos. Segundo, porque a cobrança é tamanha, que não são raros os casos de problemas psicológicos ou familiares devido ao estresse. Tudo isso é negligenciado pelo PIB, que se atém apenas aos critérios econômicos, diferentemente do FIB. Este, nasceu com o intuito de medir o grau de felicidade das pessoas – algo impalpável –, ao contrário do PIB. Uma ideia que até poderia dar certo caso o homem não fosse um tanto materialista, e ao mesmo tempo egoísta.

Para muitas pessoas, pensar no significado da palavra felicidade é quase que instantâneo casá-la a palavra dinheiro. Se tornou banal pensar dessa forma. Pois, para o ocidental, tal situação lhe confere todos os luxos de uma vida confortável. No entanto, lá no Himalaia, num país bem pequeno chamado Butão, desde 1972, o rei instituiu a Felicidade Interna Bruta (FIB) cuja finalidade não fugiria a melhorar a vida de seu povo, sem necessariamente, ter todo o luxo possível.

O FIB avalia a saúde física e mental, o uso adequado do tempo, o grau de cultura, de educação, de influência ecológica e de vida social das pessoas, além do bom funcionamento do Estado. Para os butaneses “não existe felicidade se ainda há pessoas ao seu redor sofrendo”. Proposta aparentemente boa se comparada ao PIB, o então dito medidor de “Fracasso dos Governos”. Porém, os os dois medidores, mesmo diferindo em alguns pontos, não se sobrepõem no intuito de resolver as desigualdades sociais e humanas mundo a fora.

No começo do ano (acho que em Abril) li o texto “A felicidade interna do rei do Butão” na Folha de S. Paulo, em que Bruno Garschagen me fez começar a refletir sobre este tema que aqui discutimos. Ele disse uma algo interessante em seu artigo: como buscar a felicidade em países de estrutura-histórica estilo América do Sul se as condições básicas de inúmeras pessoas não são supridas? Falta saúde, falta educação, falta segurança... Se torna uma utopia o sonho-FIB na presença estatística de altos índices de desemprego e doenças. A motivação foi-se embora há muito tempo.

Enfim, conciliar felicidade e progresso econômico não é fácil. A felicidade depende da pessoa e o desenvolvimento econômico do todo. Dessa maneira, interligar o particular com a maioria se torna bem complexo. É uma briga de interesses. Só se é feliz quando a vida profissional e familiar vão bem para o homem contemporâneo. Só existe progresso econômico se todos trabalharem sem ter, necessariamente, felicidade coletiva. Uma pena. Que bom seria, assim, o bem-estar coletivo, mas nunca uma felicidade coletiva.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

RIO+20: FRACASSO TOTAL OU MEIO FRACASSO?


O documento final da Rio+20 ficou a desejar. Não faltaram ideias e motivações para como atuar contra as mazelas globais, e sim interesse. Vontade política que está fortemente ligada ao capital nacional que nenhum país quer comprometer. E as desculpas são inúmeras para fugir da responsabilidade. Pior, é que ninguém quer se posicionar sozinho, nem cuidar do seu próprio quintal. Lastimável posição dos governos do mundo.

Há quase 30 dias deu-se o fim da Rio+20 no RJ. E disso, resultaram acordos de pouco valor engajado. Quer dizer, ninguém quis tomar as rédias da situação de fato. Enquanto os países ricos e seus aliados discutiam as obviedades da pobreza no mundo, dos gastos sem racionalidade e do desprezo pelo bem comum – especialmente de caráter ambiental , o tempo esteve passando sem muitas pretensões.

Sabe-se que a reunião dos 193 Estados-Membros presentes na Rio+20 a fim de se chegar a um consenso quanto a forma de lutar contra a desordem do equilíbrio ecológico aliado ao bem-estar humano era o foco, basicamente. Irrefutável é, o aquecimento global, a necessidade da preservação das águas e florestas, do controle sobre as emissões de poluentes, a proteção à vida. E ainda o capitalismo selvagem resiste em notar que também será vítima caso não deixe de pensar só em suas cifras.

Os países mais pobres não devem ser igualados aos mais ricos. Seria uma tremenda falta de bom senso e egoísmo, principalmente, dos países de primeiro mundo. Mesmo porque, se aqueles – os pobres – são ou estão assim, é justamente devido a ganância e covardia dos super desenvolvidos no passado. Daí as supostas políticas de ajuda humanitária que não solucionam os problemas dos subdesenvolvidos, apenas os atenua. É uma forma mais aburguesada de dizer “olha, eu estou ajudando eles”, ao invés de maneira efetiva auxilia-los em ordem técnica e estrutural, a ultrapassarem este momento de crise social.

Contudo, a sociedade civil não pode ficar de fora das pautas e de seus deveres. Boa parte das pessoas esperam pela boa vontade dos órgãos públicos para agir. Não controlam o uso de sua água encanada, não separam o lixo seletivamente para coleta, preferem consumir combustíveis pesados e poluir, gastando horrores com energia elétrica e besteiras do capitalismo modernoso. Isto é ter e passar para filhos e netos uma ideia de uma consciência sustentável?

Em suma: posso dizer que a Rio+20 foi um fracasso em partes. Boa, porque o assunto não morreu com as gerações ou mudado em metas, ou seja, cada vez mais pessoas se interessam pelo assunto e assim se conscientizam e analisam mais o que é dito. Ruim, porque a atuação dinâmica dos povos tem sido protelada há décadas. Não se fala em lucros para os governos e sim custos. Esta é a razão de tamanha dificuldade neste multilateralismo como disse Dilma e Ban Ki-Moon. Ninguém quer arcar com os custos de sua própria sujeira, que aliás é proporcional: compro mais, sujo mais, logo, gasto mais para limpar. Se cada um fizesse sua parte nesta ocasião, as dificuldades não seriam tão grandes como se preveem hoje.

VÍDEOS:


terça-feira, 10 de julho de 2012

DOIS ANOS DE BLOG



Mais um ano se completa nessa luta pela tentativa da divulgação crítica do cotidiano da sociedade. Sempre no compromisso de debater e criar novas perspectivas para análise que possam incentivar um novo embate aos vários entraves que convivemos dentro da coletividade. E, apesar desta não ser considerada a maioria das vezes na pauta das discussões, o Blog não deixou e não deixará de lado a denúncia social e a revolta do povo que representa devido ao abuso de poderes. Por isso, o Blog se põe firme em seus projetos que você leitor ajudou a cultivar neste pequeno espaço, não se calando frente a tresloucada mídia.

Em Dois Anos de Blog não foram fáceis a conjugação de rotina e postagens. Como qualquer discurso – e os textos não são diferentes – são necessários fundamentos. Então, buscar fontes fidedignas e provas do que é dito, é complicado e demanda tempo. Tempo para procurar, para ler, para refletir, para escrever, para apagar e refazer. Um ofício mini-jornalístico cujos holofotes estavam integralmente voltados para a discussão. Nada mais que isso.

E tem dado certo? Não sei... mas o certo é que os leitores do Blog vêm aumentando gradativamente. Nestes últimos 12 meses a página de “Uma Crítica Construtiva” recebeu novos acessos do exterior. Além dos habituais leitores – estadounidenses, russos, portugueses, alemães, canadenses, japoneses, eslovenos, belgas, britânicos e claro, brasileiros – dos artigos, foram contabilizados da mesma forma internautas da Coreia do Sul, Taiwan, China, Romênia, Angola e Israel.

Enfim, o Blog do Felipe tem trabalhado focado nos interesses gerais. Algo que pode ser verificado em seus artigos e vídeos expostos ali. Não faltaram assuntos para se pontuar e ponderar na Web. Foi com um jeito novo e aberto de se fazer na internet que, talvez, fez saltar dos 130 acessos por páginas no primeiro ano, para 291 acessos por páginas na semana no segundo ano. Obrigado pelo apoio. Obrigado pelos comentários e pelas divulgações. Porque repito o já dito: sem você leitor este feito não existiria. Mais uma vez, obrigado pelo voto de confiança.

***ÚLTIMAS POSTAGENS DO BLOG:
(clique para ver os artigos)

sábado, 30 de junho de 2012

OUTRO SOCO NA BOCA DO ESTOMÂGO: ADEUS A LEI DA FICHA LIMPA


Repulsa e desprezo pela Justiça brasileira é o que todos brasileiros honestos sentem pela posição tomada pelo TSE quanto a Lei da Ficha Limpa. Ela que antes havia sido aprovada pelo mesmo Tribunal para impedir a candidatura de políticos corruptos, agora, foi revogada devido ao pedido de reconsideração da posição tomada feito por 14 partidos. Algo que só evidência a falsidade das bandeiras partidárias de grandes siglas eleitoreiras e, a nossa pífia Justiça Eleitoral. Ninguém aguenta mais tanto ladrão de terninho se fazendo de santinho em Brasília. Chega!

Nesta Quinta-feira, 28, foi decidido pelo Tribunal Superior Eleitoral que a Lei da Ficha Limpa não será válida nas eleições municipais de 2012. Lei que foi elaborada pela própria população brasileira com a finalidade mestra de extirpar de vez, senão reduzir, os políticos corruptos e corruptores do organismo público. Atitude gananciosa de partidos e políticos que a História narra em detalhes, e que ainda persiste enegrecendo o dia a dia de todos.

A Lei foi novamente “analisada” após o pedido de reconsideração feito por 14 partidos sobre a posição dada pelo TSE, em março, sobre a validade da Ficha Limpa. Seguindo o PT, vieram: PSDB, PMDB, DEM, PTB, PR, PSB, PP, PSD, PRTB, PV, PCdoB, PRP e PPS. Somente o PSOL foi contra. Praticamente os maiores partidos do país se negam a lutar pelos interesses da população e passam a brigar “de peito aberto” pelos seus interesses. “Nossos partidos são tudo, menos partidos”, disse o professor de Ética e Política da Unicamp, Roberto Romano. Na realidade são clubinhos que discutem como manipular o povão a seu favor, para mandar sem retaliações ou chatices de prestação de contas. E falou mais o professor: “Liberar candidato 'conta-suja' é retornar ao estado de anarquia”. E o pior disso é ter juízes que negligenciam o que veem e leram em seus livros para chegarem onde estão hoje faceando a sua coadunação.


Foram quatro juízes que apoiaram os 21 mil impedidos de se candidatarem ao pleito. São eles: Henrique Neves, Gilson Dipp, Arnaldo Versiani e Dias Toffoli – este deu o veredito final. Até parece uma disputa que rendeu o campeonato, mas para o adversário como foi visto na Copa de 1950 – porém, por 4 a 3. Um efetivo retrocesso para Democracia do Brasil e de sua Justiça. E por quê? Por causa do passado condenante de vigaristas no poder com suas cuecas e meias recheadas, mensalinhos e mensalões, rorizes e arrudas da vida, além de cabrais, marconis e aguinelos. Incompetência e impunidade são os sentimentos mais sórdidos que o Poder Judiciário poderia semear dentro da sociedade civil brasileira.

Enfim, a Ficha Limpa foi reprovada pelo TSE em prol dos Grandes. Que belo exemplo nossa Corte Eleitoral nos dá. Não parece estar em sintonia com a opinião e os ideais do povo que representa, assim como o Senado e a Câmara dos Deputados também não. Até quando veremos artifícios legais defendê-los? Até quando permitiremos a posse de aproveitadores no cargo público? Até quando? Talvez, uma das saídas que podem dar certo seria recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Mas não só ali, toda a sociedade deve se mobilizar da mesma forma. Não podemos esperar mais! Quem sabe assim, com o pouco de sensatez que resta nesse país consigamos iniciar a varredura progressiva dessa bandalheira cancerosa.


Lista direta e completa dos Fichas-Sujas:
https://docs.google.com/document/pub?id=1uuOwoSwe84oAOK4pZBPlGbTQv46Sgtm2__C0uOt829g

***O voto dos Ministros para a FICHA LIMPA:


***A repercussão na Mídia (28/06 a 30/06):


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NÃO ESQUEÇAMOS DO CASO FICHA LIMPA

OPERAÇÃO MONTE CARLO: "E AGORA, PROFESSOR?"

TCHAU AO VELHO, E QUE VENHA O NOVO!

CARTA ABERTA À SOCIEDADE BRASILEIRA SOBRE O SISTEMA POLÍTICO EM 2010 E PARA 2011

quarta-feira, 20 de junho de 2012

INFORMAÇÃO DE MENOS, NÃO SERIA MELHOR?


Vivemos em uma ininterrupta enxurrada de informações. Elas que nos afogam todos os dias através das mais variadas formas como pela televisão, pelo rádio, pela internet. O avanço da mídia na vida das pessoas já deu o sinal de como muitos são influenciados pelo que é dito, re-dito e re-escrito ali. Já está passando da hora do receptor disso tudo passar um pente ultrafino no conteúdo transmitido a ele, mesmo porque, a mídia idiotiza o seu público que deve assistir resignado a seu trabalho.

Um dia desses ao ler a Revista Época, em um trecho de entrevista com Humberto Eco, ele discutia a proposta da “Teoria da Filtragem”. Até recorda as épocas de censura, porem aqui com outra finalidade: o esclarecimento. A teoria seria melhor elaborada pelas universidades no intuito de atentarem mais a sociedade quanto ao que é repassado a ela pela mídia. Basta ver a grade de programação dos inúmeros meios jornalísticos para comprovar a imensidão de programas que idiotizam o recebedor das notícias: sobre famosos, sobre comidas que ninguém nunca faria, sobre os porquês das micoses em pele de cachorro.

O final do parágrafo anterior lembra bem os moldes da tevê, assim como a internet, que também não fica atrás. É visível que nem a tevê e nem a internet possuem um critério de seleção de fatos para o seu público. Simplesmente jogam lá. Não provocam estímulos críticos no público. Não formam Seres Pensantes, formam Seres Alienados. Trabalham no dever de entupir as pessoas de informação, informação, informação. Só isso. Não explicam o porquê dos acontecimentos. Lembro-me das revoltas no mundo árabe e as comparações da grande mídia – “Primavera Árabe, Primavera Árabe!”. Mas afinal, será que todos que receberam essa informação sabiam da origem de seu nome?

O excesso de informações não significa (essencialmente) conhecer algo, disse o sociólogo francês Edgar Morin. Se não existe discussão, contraposição de ideias, não haverá aprendizagem e então, o real conhecimento da situação. As consequências desse excesso informacional levam o homem ao estresse e à baixa concentração. Aliado a tais fatores, estão o modo de uso, por exemplo, da internet com coisas sem muita funcionalidade: bate-papos e jogos on-line e notícias irrelevantes. Devido a isso, já existem pessoas neuróticas para atualizar seu banco de dados cotidianamente na Web, afim de saber se há alguma fofoca nova (né Facebook).

Por fim, informação mal explicada não é ruim, só provoca mal-estar. É tanta notícia/informação ruim que nos bombardeiam, programa após programa, que se sentir bem significa estar imune. Nunca estive imune, e espero nunca estar. Pois aí terei, mesmo minimamente, a certeza de que ainda posso tentar lutar contra a baixa qualidade do conteúdo midiático. Seria muito melhor informação de menos, para discussão muito mais.


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CULTURA INÚTIL: A TOLERÂNCIA NÃO DEVERIA SER ZERO?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O PENSAMENTO CRÍTICO É NECESSÁRIO PARA A SOCIEDADE


A maioria das pessoas, a cada dia, deixam-se levar pelas opiniões dos outros sem demostrar a sua verdadeira vontade. Uma atitude que veio sendo construída na sociedade entre avós, pais e filhos com uma “lei de censura de opinião”. Dessa forma, discordar ganha um caráter particular de ofensa a quem crítica, o que pode não evidenciar a verdade.

Há tempos, grande parte das pessoas eram instigadas, desde pequenas, a aceitarem sem contestação a opinião de alguém mais velho. Hoje, isso não é diferente. É sim, merecido e valoroso escutar alguém com mais experiência de vida. Porém, deve-se também saber separar a parte boa dessa sabedoria, para agora, somá-la a novas experiências.

O antropólogo Roberto DaMatta, em um de seus textos, argumenta sobre a relação hierárquica de submissão familiar. A expressão já muito utilizada pelos pais: “Não fala assim, menino, pede desculpas agora!”, reflete a cultura intrínseca ao ambiente familiar, diz. É como se o garoto não pudesse ver de um ângulo oposto, o visto pelo pai, avô, tio. Infelizmente, poucos entendem a importância dessa prematura opinião contrária para a formação do indivíduo dentro de uma sociedade regida pelo pensamento coletivo.

Pensar criticamente faz-se necessário para existir a ordem e o progresso. Mesmo porque, é na educação, é na política que decisões relevantes serão discutidas pelos cidadãos, e sentidas por todos. E, a solução dessas discussões – geralmente, a melhor possível – advém do debate crítico. Assim como disse César Benjamin, em A astúcia da Razão, pela Folha de S. Paulo, o esforço intelectual tende a desviar-se do senso comum. Portanto, discordar não significa ser inimigo, e sim ser um observador diferente do habitual (do mecanizado).

Em suma: é o pensamento divergente que, de forma racional, constrói a sociedade. Opiniões contrárias sempre existirão, e são úteis para aprimorar várias perspectivas. Agora, bom mocismo ou comodismo atrapalham o avanço em comunidade. Pois, deixar de criticar por medo ou preguiça qualquer situação, pode agravar o problema, seja ele pessoal ou social. No entanto, usar da “máscara da falsidade” para agradar aos outros, cedo ou tarde, será um problema. Lutar contra isso deve ser algo difundido no presente, para dar bons frutos no futuro.

domingo, 13 de maio de 2012

Em Memória AO PROFISSIONAL, AO FAMILIAR, AO AMIGO



Não é você que vai se mostrar no tempo, mas é o tempo que vai demonstrar quem você foi nele.”

O país está de luto. Luto, porque perdemos um dos melhores delegados do Brasil, do Estado de Goiás, Doutor Antônio Gonçalves. Alguém que sempre esteve disposto a ajudar de alguma forma, todos aqueles que lhe pedissem socorro. Não por interesse, lisonjeios ou vanglórias, mas sim pela atitude natural de si doar pelo próximo. São poucos que conjugam o bom profissionalismo, o bom companheirismo e o bom diálogo com qualquer pessoa. É isso que o Doutor Antônio, o tio Antônio, conservava de mais valioso e de mais especial brilho no convívio diário no trabalho, em casa, nas ruas. Um brilho marcante, impossível de ser ofuscado.

Nascido em 1947, Antônio Gonçalves Pereira dos Santos era natural do Piauí – Pedro II –, terra da qual sempre se orgulhara. Após prestar ao exército no PI, veio para Goiás já moço, na intenção firme de mudar de vida. Estudando muito em meio a tanta dificuldade, conseguiu ingressar na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, onde ainda se conserva a placa de sua turma. Executou o conhecimento adquirido em diversas delegacias da capital e das cidades metropolitanas, sempre baseado na honestidade e na justiça. Dessa forma, atingiu um dos postos mais importantes e influentes dentro da Segurança Pública de um Estado, por intermédio de sua vasta experiência.

Doutor Antônio não recusava auxílio, independentemente da situação. Fosse qual fosse o problema, sempre, sempre procurava uma solução viável. E não exigia nada em troca, senão alguns minutos de papo e umas xícaras de café. Ele era assim, sem tirar nem pôr. Único. Insubstituível. Uma perda irreparável para todas as esferas, desde a particular até a pública. Mas não só ele, Doutor Jorge, Doutor Osvalmir, Doutor Bruno, Doutor Vinícius e os seus colegas de profissão, os peritos Fabiano e Marcel, farão falta. Um buraco na vida de todos que então, só poderá ser preenchido com suas lembranças.

Por fim, agora, fica o exemplo. O exemplo da competência, da capacidade, da amizade, do carisma, do sujeito que nunca deixava a família de lado. Se tentarmos a cada dia, seguir o caminho que Antônio Gonçalves trilhou em vida, se superando na frágil natureza humana, seremos melhores. Seremos mais leais, mais responsáveis, mais companheiros, mais felizes. Claro, será impossível esquecer a pessoa de humor alegre, de sorriso verdadeiro, de abraço forte, de gargalhada inconfundível, de frases marcantes – “ooohhh rapaz!”. É algo que não se esquece. Fica marcado. Assim, tenho apenas uma coisa a lhe dizer – doutor, tio, pai, irmão, amigo Antônio: Para mim, foi uma honra ser seu sobrinho! Adeus.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

CÓDIGO FLORESTAL: PARA OS INTERESSES PARTICULARES OU DA NAÇÃO?



O atual Código Florestal Brasileiro é composto por leis ultrapassadas e que necessitam passar por uma modernização. Mas para tanto, elas mexem em uma questão delicada para muitos donos de terras: a instituição de punição a quem não respeitou as áreas de preservação. Com isso, tanto os pequenos e grandes produtores agrícolas que se concentram em áreas de preservação seriam afetados com a compensação dessas terras, multas, ou ainda, a perda da posse. Muitos ambientalistas pregam a radicalização contra os produtores. Contudo, estes também possuem voz na Câmara e Senado através da bancada ruralista. Ela que briga feroz e incansavelmente pela diminuição da reserva legal, e a consequente anistia dos erros passados de seus integrantes. Por isso até hoje não foi sancionado o Código Florestal.

O Código Florestal Brasileiro data de 1965, e desde então, veio sofrendo emendas que visavam corrigir imperfeições constitucionais para o momento da elite histórica. De todas as modificações já feitas como, o perdão àqueles que desmataram áreas verdes até junho/julho de 2008; redução de Áreas de Proteção Ambiental e Áreas de Preservação Permanente (APPs) de 30 para 15 metros das margens de rios de 10 metros de largura; e diminuição da Área de Reserva Legal em diferentes biomas do território nacional; a primeira é a mais repetida pela mídia. Ela e os ambientalistas batem firme na tecla do assunto anistia, porque da forma como o texto está escrito hoje, permite-se a anistia total a quem já desmatou e abre brechas para novos desmatamentos.

Para os grupos Greenpeace e WWF (ONG preocupada com os elefantes africanos), os avanços ambientais conquistados seriam jogados no lixo, caso Dilma não vete o texto. As principais prerrogativas, enfim, para o veto presidencial estão no rompimento do acordo por parte dos ruralistas, dos compromissos da campanha eleitoral de Dilma e a grande pressão internacional vinculada a Rio+20. Vetar um projeto da base aliada do Governo não é algo confortável para qualquer presidente. Parece que ele não pode confiar em quem diz que está com ele. Seus próprios partidários. Isso faz com que o jogo político nas casas federais ganhem um aspecto interesseiro, oposto as vontades nacionais.

A desculpa da bancada ruralista por não estar de acordo com o Governo, diz respeito, fundamentalmente, a fronteira agrícola. São eles mesmos – os ruralistas – que produzem os gêneros alimentícios e vendem internamente (em uma análise localizada) sem muitas restrições a sua expansão mercantil. Por esse motivo brigam pelo controle das terras comercialmente legais. A verdade é que com todas as áreas desmatadas, seria possível tranquilamente por anos e anos, abastecer o Brasil e vender o excedente produzido. Basta utilizar da tecnologia de ponta que permeia o comércio. Mas, de todos, também vale lembrar dos pequenos produtores que mais cuidam que destroem as APPs. O Governo não deve só exigir como vem fazendo, mas também incentivar a preservação por parte dos pequenos proprietários.

Por fim, o Código Florestal Brasileiro mais se atenta as vontades de grupos capitalistas à interesses da nação. Basta observar que caso o fosse praticado desde a sua primeira resolução, evitaria a ocupação de várzeas e os crescentes assoreamentos de rios, evitando assim tantas inundações e deslizamentos. O Brasil vive uma nova época. E suas leis refletem as ambições do país. Por isso a Constituição Federal garante o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado à todos, inclusive as próximas gerações. Portanto, o Brasil deve dar seu exemplo a partir de atitudes concretas para não bancar depois o “duas caras” no cenário mundial, ora protetor do verde, ora devastador deste. Todos aguardam pela melhor decisão, especialmente para o meio ambiente. Que se possa investir no desenvolvimento sustentável pensando no presente, todavia sem tirar o olho do futuro.

*VÍDEOS:

Entenda o novo Código Florestal - Contexto histórico:



Código Florestal - por OCEPAR:


Entrevista com a Senadora Kátia Abreu - Record News:


RIC Rural fala sobre Código Florestal pelos pequenos produtores:


Em defesa da produção de alimentos - ruralistas: 


Sobre o Código Florestal - Wagner Moura: 




Joelmir Beting fala sobre novo Código Florestal: