"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Voltaire

domingo, 30 de setembro de 2012

MENSALÃO E O JOGO POLÍTICO DOS GIGANTES


O Brasil recomeça a viver um dos seus escândalos mais recentes de corrupção e ladroagem nos órgãos públicos: o Mensalão do PT em 2005. Essencialmente representado por José Dirceu – o Cabeça – e por José Genoíno – o co-Cabeça do esquema –, o Mensalão explodiu como uma complexa venda e compra de votos de deputados por representação política e fortalecimento de caixa de campanha eleitoral. Este, dito Caixa 2, soa menos agressivamente para os réus no Supremo Tribunal Federal (STF) que, simplesmente, dinheiro “marquetado” e embolsado por eles.

Após sete anos de deflagração do enorme esquema mensaleiro, agora o STF julga toda a trama arquitetada pelos mentores do governo petista da época. Naquele momento, nada se podia provar. Até que então vazou o vídeo com o administrador de Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, que estaria a mando do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) para receber maços de dinheiro de alguma entenda. Foi o estopim que a mídia direitista precisava para atacar o governo.

O que a mídia não contava (e ainda não conta), era com o Mensalão tucano em Minas Gerais, hoje muito útil como discurso eleitoral para os adversários do PSDB nessas eleições municipais e, da compra de deputados em 1999 (pelo próprio PSDB) para aprovação de Emenda Constitucional que permitisse a reeleição de FHC. Tudo confirmado pelo deputado Ronnie Von Santiago que disse ter recebido R$ 200 mil de psdbistas. Não foi feito um estardalhaço como o de agora devido a grande imprensa representativa que era a favor daquele governo.

A corrupção sempre esteve entremeada na história das partições públicas brasileiras, configurando, assim, nos fatores econômicos, sociais e políticos existentes no país. E, não por acaso, esse tema vêm ganhando preocupação, não apenas da classe média tradicionalmente moralista, mas das classes que antes eram renegadas da conversa. Baseando-se exatamente nessa tese de moralidade que os advogados dos 38 réus no “Julgamento do Mensalão” (veja os links abaixo), tentam ponderar a nobreza de seus clientes. Um fato muito, mas muito complicado quando a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Procuradoria Geral da União acusam-nos de peculato, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, evasão de divisas, gestão fraudulenta e falsidade ideológica.

Outra coisa para também se analisar será a imagem que o Poder Judiciário passará à nação brasileira ao fim do processo. Se a boca fica amarga por julgar um ladrão de colarinho, mesmo que o ministro tenha sido posto para essa função – a de condenar –, não deve esmorecer. Deve sim ser justo. Algo que a mídia tenta perfazer em seus telespectadores segundo sua visão modelada, ou seja, sua visão empresarial. É a suposta “opinião pública” que condena somente o mensalão petista, mas (estranhamente) não condena o mensalão do DEM e a barganha no governo FHC. Sem dúvidas haverá a sentença “CULPADOS!”. A questão é: será que fica o exemplo?

***VEJA AS ANIMAÇÕES NOS SÍTIOS:



***VÍDEOS:

IMPLICANTE.ORG - O CRIME DO MENSALÃO

CQC FAZ UM RESUMO DO MENSALÃO

TV RECORD - PROCURADORIA GERAL PEDE CONDENAÇÃO (08/07/2011)

LEI DOS HOMENS - PARA DEFESA, NÃO EXISTIU MENSALÃO

ARNALDO JABOR - O MENSALÃO (13/09/2006)