Desde a criação da UEG ela é vista com certo receio e desprezo pela população. Fruto de governos desmotivados à ampliação técnico-humana na instituição. Por isso, resultantes físicas denigrem e comprometem o ensino tais como, prédios depredados, telhados quebrados, precisão de materiais de higiene e limpeza, e até energia elétrica, que às vezes é cortada por falta de pagamento. E não é só isso. Além da privação instrumental dos alunos, há também a privação científica. Ou porque os espaços para estudos são inexistentes, ou porque são pequenos para o número de pessoas.
A UEG, hoje, está presente em 49 municípios com 42 unidades que administram 153 cursos. Possui 20802 alunos, 2494 professores e 144 servidores. É considerada uma das maiores universidades do país, e ao mesmo tempo uma das cinco piores de acordo com o MEC (Ministério da Educação e Cultura). Tudo porque seu orçamento é escasso. O Estado destina a instituição apenas 2% do dinheiro arrecadado pelos cofres públicos – quase R$ 140 milhões – enquanto que a UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) recebe R$ 340 milhões para 41 cursos [por favor, comparação sem discriminações]. Com a proposta de re-estruturação na instituição feita pela Sectec (Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás), cursos de baixa demanda no vestibular seriam extintos e outros transferidos.
As principais metas para a tal reordenação da UEG são Autonomia Universitária (Política, Financeira, Acadêmica e de Gestão) e Re-estruturação Acadêmica (Centros de Estudos Regionais). Tudo isso elaborado pela Sectec. Não foi a UEG por meio de seu corpo dirigente que graduou mudanças, e sim a Sectec a mando do Governo. Desse modo o Governo infringe a Constituição Federal e a Gestão Democrática pautada pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), ferindo a soberania da Universidade em assuntos internos quanto a, por exemplo, criação e extinção de cursos. Prevê-se que ocorra o fechamento de seis cursos: Pedagogia em Nova Crixás, Itaberaí e Luziânia; História e Letras em Jussara; e Tecnologia em Redes de Computadores em Trindade; e o remanejamento de outros dentre as unidades. Prevê-se também a criação de Medicina (Aparecida de Goiânia) e Direito (Iporá) na UEG.
O presidente da ADUEG (Associação dos Docentes da UEG), professor Emerson de Oliveira, diz que não há novidades na re-estruturação da universidade, a não ser os cortes de cursos (ouça a entrevista do professor a Rádio 730am). O então vice-presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Frank Boniek, em entrevista ao Jornal Opção e ao O Popular, disse que são “propostas maquiadas” as feitas pela Sectec. “Eles não conhecem a realidade dos cursos, e portanto, mexem no que pouco sabem.” E confirma os dados acima: “Não serão extintos seis cursos e sim 32 (especula-se ainda por volta de 59 cursos e demissão de 900 professores – Diário do Interior), pois os atuais cursos seriam transferidos para onde já são lecionados. Exemplo, os cursos de São Miguel do Araguaia que irão para Porangatu.”
Por fim, fica clara a real intenção do presente governador. Nunca antes na história de Goiás, o excelentíssimo governador teve vontade em equipar a universidade ou erguê-la academicamente. Politicagem. É só esperar que na próxima campanha eleitoral, ele estará se vangloriando pelos cursos de Medicina e Direito criados, e pelo “bem” proporcionado por seu governo à todos. Capacitar melhor os professores, construir escolas, hospitais, e desburocratizar o sistema judiciário nem passa pela cabeça desse tipo de político. Contudo, espera-se que agora realmente as coisas entrem no eixo tão essencial à educação. Um Estado tão grande para UMA universidade federal (UFG) e UMA universidade estadual é pouco demais pra tanta gente afim de crescer intelectualmente.