"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Voltaire

quinta-feira, 9 de abril de 2015

UM NOVO PROJETO: BLOG CONTRAPONDO



Olá, leitores do Blog!

Estive em um tempo de mudanças em que pude vivenciar novas experiências e desafios nessa imbricada jornada chamada de vida. Por isso, tive que me ausentar do Blog... porém, após muito tempo, venho com novidades!

Farei parte de um time de autores que contribuirão nas suas áreas de formação e com suas visões de mundo, em um espaço onde o modelo vocês já conhecem: discussão de temas, propostas, esclarecimentos. E claro, estará sempre aberto para todos os interessados colocarem suas opiniões nos comentários.

Enfim, o "Blog Contrapondo" será o local onde haverá maior expansão da visão literal da vida em sociedade. Semana que vem (13.04) ele estará com textos fresquinhos. 

No mais, aguardo todos lá! Abraço


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

MEDICINA NO BRASIL: UMA QUESTÃO PURAMENTE POLÍTICA


Jota, via Portalodia.com

Não é fácil escrever um texto crítico para aqueles que realmente deveriam lê-lo. Talvez porque aos detentores do poder não seja bom propagá-lo, ou então, não permitam que muitos desinformados do passado tenham consciência de sua ignorância quanto a importância da informação, por exemplo, nesse texto subscrita. Assim viveram inúmeros autores e literatos clássicos, que ainda na vida moderna, são ignorados. Dessa forma, por uma análise contextual, se percebe a dificuldade quase cega do povo de enxergar o real propósito de programas mirabolantes de Governo, como o Mais Médicos. Uma massa facilmente manipulável que se vê "atendida" em seu clamor pelo imediatismo político, sem ter a consciência do perigo do futuro vivido agora no presente.

A Medicina brasileira vem sendo atacada a tiros de metralhadora. E por quê? Tudo veio às claras quando o povo já fatigado, inconformado com inúmeras pendengas e mazelas do Brasil, em especial a Saúde Pública, foi pra rua. A partir daí, toda a parafernalha legal dos bastidores começou a vir à tona: regulação da profissão médica, importação de mão-de-obra médica, reestruturação do curso médico. Seria a solução do problema caótico do SUS... 13 estrelinhas na testa para a nossa excelentíssima e seus secretários! No entanto, se fosse só isso, até mesmo o governo mais incompetente poderia tê-la proposto. Mas porquê só agora no fim do mandato?

Bem, sabe-se que a constituição brasileira em seus artigos 196 ao 200 prima pela defesa da Saúde Pública como dever de Estado. E, na tentativa mais que desesperada pós-revoltas por marketing político para 2014, o PT via Governo Dilma, enviou projetos com finalidade ímpar de demonstar alguma solução para o caos da Saúde Publica. Ou seja, medidas como a reformulação da atividade médica, a contratação de "médicos" estrangeiros sem averiguação de seus conhecimentos por meio do Revalida, e, a exigência de trabalho obrigatório no SUS para os ingressantes em medicina a partir de 2015, foram medidas autoritárias e impositivas que a própria população apoiou e apoia nesses projetos. Não é pra menos, uma vez que quando se está doente é de caráter urgente a necessidade de uma consulta, encaminhamento ou, quiça uma internação. Entretanto, todos os males da Saúde Pública no Brasil estão sendo descaradamente vinculados ao profissional médico, como se só ele resolve-se tudo.

Todos sabemos que para ser atendido em alguma unidade básica de saúde é uma tortura. Primeiro, porque a própria infraestrutura já é desanimadora. Não só para o acolhimento do paciente, mas também o próprio leito (caso seja necessário). As instalações para a manutenção de equipamentos e medicamentos, além do espaço destinado a uma simples consulta também não são motivadoras. Segundo, a falta efetiva de médicos para atendimento. É fato: faltam médicos nos postos e cais para atendimento clínico. Porém, existem médicos para isso? Sim. Então? Um dos reais motivos para isso acontecer é a inexistência de um plano de carreira médica no Estado. Isto é, diferentemente de um formado em Direito, em Engenharia, em Economia, que possuem um plano para progredir dentro da sua carreira, o profissional médico não entra nessa pauta. Dessa maneira, incentivos como melhores salários e de reciclagem técnica não fazem parte de sua realidade, desestimulando o ingresso no funcionalismo público.

Apesar de saber disso, os poderes Legislativo e Executivo não se mexem para resolver tal questão. Sobra a medida mais simples, portanto, aprovar medidas provisórias ao modo "jeitinho brasileiro" para resolver as coisas. Daí contratar supostos médicos estrangeiros sem a comprovação de diploma (como a barganha cubana). Uma atitude que só governos atrasados e populistas não mostram em seu Plano de Governo, mas põem em prática. Infelizmente, quem impõe tais circunstâncias não usufruem do serviço prestado, uma vez que eles sabem dos riscos. Não obstante, deve-se salientar: a medicina brasileira não é contra a vinda de médicos estrangeiros, mas sim contra a autorização para praticar a medicina sem o devido reconhecimento médico. São vidas que estão sendo levadas em consideração. O bem mais precioso de alguém, que não deve ser entregue a uma pessoa desqualificada. Por isso, a resistência dos CRMs para a expedição do registro dito provisório.

De qualquer forma, é desanimador perceber que a mesma população que até então consultava com médicos de referência, então, os estigmatiza. Não são todos os mal-informados que possuem a possibilidade da informação correta visto que a nossa mídia é extremamente tendenciosa. No entanto, um pouquinho de bom senso vem a calhar... "por qual motivo será que os médicos reivindicam respeito no atendimento público?" Certamente não é pelo bom salário recebido ou a infraestrutura top de linha.... Caso leitor você ainda concorde com o massacre que a medicina vem sofrendo, convido-o para uma breve reflexão: será que se todo esse jogo político que precariza o SUS fosse abatido, resolveria o problema? Talvez. Então, se abater o jogo político que nasce da necessidade de aprovação do eleitor tem que acabar, para que, finalmente, pontuar medidas específicas e pontuais nessa área? Cadê os planos para hospitais, postos de saúde, contratações de ambulâncias, pedidos de remédios... triste será ser médico em um país que poucos dão o real valor, em especial aos mais persistentes... se sua vida vale pouco pra você, continue votando em quem está no poder.





VÍDEO:

Professor Dorival Filho

quarta-feira, 26 de junho de 2013

MÉDICOS ESTRANGEIROS ou ESTRUTURA DE SAÚDE “PADRÃO FIFA”?



A Medicina é uma ciência social, e a política não é mais que a medicina em grande escala.”

Nas últimas semanas, o Brasil tem passado por uma avalanche de protestos e revoltas populares em razão de sua dinâmica atual. Todas, com razão, ganharam repercussão internacional pela já famosa má administração pública nos transportes, na educação, na política e na saúde. Então, com a necessidade de dar uma resposta a sociedade sobre as questões levantadas, Presidenta Dilma divulgou vídeo oficial no dia 21 desse mês pontuando possíveis soluções. Reiterou seu posicionamento em outro vídeo oficial divulgado ontem (24), sobre a necessidade imediata de validação de diplomas médicos vindos do exterior para suprir a suposta falta destes profissionais no interior do país. Atitude de cunho político e de pouca resolutividade, em um ano à vésperas de eleições.

É de conhecimento notório quanto a realidade da saúde pública nos estados e municípios da Federação. O sucateamento dos serviços essenciais de atenção à saúde da população não é novidade, pois são negligenciados desde a ditadura militar. A falta de planejamento e efetivação de propostas que circulam na pauta da Câmara e do Senado emperram que mudanças mais profundas ocorram (mesmo gradualmente) na área. Mas não só isso, desde o desvio de dinheiro até a falta de vontade política contribuem gritantemente para que nada mude. Assim, os poucos hospitais que existem não comportam a demanda, além de faltarem profissionais especializados e, até mesmo, material básico nos Cais e Prontos-Atendimentos para o trabalho sem improvisos.

Porém, não é dessa forma que o Governo vê o Sistema Único de Saúde (SUS). Para ele, há vagas suficientes nos hospitais públicos e são oferecidos ótimos salários para médicos e outros profissionais da saúde. Por isso, não concorda com o progressivo esvaziamento de médicos das cidades interioranas porque simplesmente faltam remédios, faltam instrumentos clínicos, faltam produtos de limpeza. Para contrária-lo de vez, o Conselho Federal de Medicina, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e a Universidade de São Paulo em parceria, realizaram uma ampla pesquisa – “Demografia Médica no Brasil, Cenários e Indicadores de Distribuição” – sobre a distribuição de médicos pelo país. A conclusão foi de que na região Sudeste, existem 2,67 profissionais por mil habitantes. No Sul do país, a proporção é de 2,09, seguido do Centro-Oeste (2,05), Nordeste (1,23) e Norte (1,01). Para a OMS deve haver no mínimo um médico para cada mil habitantes.

A desigualdade regional se intensifica na comparação entre cidades do interior e as capitais, onde a proporção destes profissionais pode chegar a ser quatro vezes superior ao verificado no interior. Tudo porque a falta de atrativos, tanto financeiros quanto estruturais, podem colocar em risco a carreira desse profissional. Dessa forma, uma medida puramente simplória tenta minimizar as questões mais sérias do contexto: facilitar a entrada de médicos do exterior. Bem, não teríamos nada contra eles caso consigam aprovação em uma prova via Revalida para conseguirem permissão para a prática da Medicina. Contudo, o Governo Dilma tenta afrouxar as rédeas para legalizar qualquer um que tenha feito o curso de medicina fora. Sabe-se que muitos países latinos não possuem uma medicina de excelência, podendo vir a colocar a população nas mãos de pessoas com conhecimento duvidoso.

Apesar de tudo, também não podemos esquecer de nossas faculdades de medicina. Em sua grande maioria, quanto a prática discente e metódica é bem feita e amplamente aprovada pelos órgãos de fiscalização médica. Ainda que isso seja louvável, ora outra saem médicos com pouca qualificação. Portanto, da mesma forma que os recém-graduados em Direito se submetem a prova da OAB, os recém-graduados em Medicina também deveriam se submeter a prova dos Conselhos da área. Não é porque se estuda aqui que ganha, por extensão, o direito de exercer a medicina. O bem mais valioso de alguém é confiado àquele praticante da medicina, logo, espera-se competência e sabedoria desse profissional.

Enfim, permitir que pessoas com um “suposto” diploma de medicina atuem sem uma averiguação de seus conhecimentos pode se tornar uma grande problemática futuramente. Não estão faltando somente médicos nos interiores, mas sim prefeitos, vereadores e deputados preocupados com a situação de sua população. O povo deve lutar para melhorar a saúde a qual utiliza. Mesmo porque, é ele que faz uso do SUS independente de qual nacionalidade seja o seu médico. E, que se atente, como vem fazendo nessas últimas semanas, às atitudes de seus governantes: eles facilitam ou dificultam a nossa vida. Torço para que, caso alguém fique doente nessa luta, não precise do SUS para ser atendido pois, ele mesmo está precisando de uma UTI.

Leia também:

“MAIS IMPOSTOS, MENOS SAÚDE. MAS NÃO ESQUEÇAMOS: TEMOS COPA EM 2014”



***VÍDEOS

*PRESIDENTA PROPÕE PREBISCITO

*DEPUTADO MANDETTA (DEM - MS) FALANDO SOBRE MÉDICOS ESTRANGEIROS