Muitos já ouviram falar do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – e poucos sabem sobre ele realmente. Em poucas palavras, o ENEM é uma prova que possibilita qualquer pessoa a ter acesso aos mais diferentes cursos superiores oferecidos por universidades públicas e privadas do país. Faz-se a prova e, ao conseguir a nota mínima esperada para o curso, pode-se escrever pelo SISU a pleitear uma vaga. Ou então, pelo Prouni, tentar uma bolsa integral ou parcial.
O ENEM tem sido aplicado com relativo sucesso desde 1998, sua primeira aplicação. De início, o exame tinha a função de diagnosticar os alunos egressos do Ensino Médio – o antigo 2° grau. Hoje a avaliação tem um contexto totalmente diferente de alguns anos. No entanto, o exame vem tendo descrédito. Coisa que não poderia acontecer. No ano passado – 2009 – o ENEM foi adiado pois funcionários terceirizados do contrato “Connasel” roubaram a prova. Uma série de transtornos foram acometidos, como o seu prorrogamento e a abertura imediata de portarias para a realização de vestibulares convencionais que utilizariam o ENEM e por fim, desistiram.
Neste ano, o problema não foi o roubo de provas, mas sim um erro na impressão do cartão-resposta. No 1° dia de aplicação do exame, as questões de 1 a 45 referentes a Ciências Humanas e suas Tecnologias do caderno constavam como as de 46 a 90 no cartão-resposta. Isso gerou confusão e inversão do preenchimento de respostas. “Quem começou errado a marcação do cartão e depois tentou concertar, se perdeu com as informações dos fiscais”, disse Mariele vestibulanda de medicina.
Uma prova como o ENEM, possui poucas chances de ser anulada como o Ministério Público Federal de Ceará e uma juíza de lá querem. Por mais que o Presidente Lula tenha dado respaldos ao exame, afirmando que se necessário será autorizado outro certame. Não creio que venha a ocorrer. Os custos com a sua montagem não é pequena(cerca de 180 milhões), interesses públicos e privados seriam afetados e o atraso do ano acadêmico de 2011 seria enorme, pois mais de 100 universidades públicas usariam o ENEM como meio único de adesão à faculdade. E tantas outras impossibilidades nesse “bolo”, por uma simples inversão de termos no cartão.
Vê-se agora que a empresa contratada pelo MEC não possuia experiência para uma prova desse nível. Erros de elaboração das perguntas que geraram amplas respostas foram recorrentes. Infelizmente isso não é de agora. O próximo Ministério da Educação pós Lula, Dilma, terá de encaminhar melhor essa situação. Escolher uma empresa que saiba formular questões, confeccionar a prova e distribui-la, não é difícil quando esta empresa é capacitada. Ela existe. É o caso da Fuvest, da Comvest(responsável pela prova da Unicamp), da Vunesp(responsável pela prova da Unesp), do Cespe/UnB que são de vestibulares nacionais que estão compromissados com a seleção.
Enfim, há crédito sim no Exame Nacional do Ensino Médio. Ele precisa ser pensado como um vestibular mais diferenciado. No âmbito de uma prova lógico-reflexiva e não mecânica(a pura decoreba). O problema é que tudo isso se torna um nada, quando o próprio país não dá o devido valor na educação.