Com o passar do tempo, costumes antigos foram sendo esquecidos. Brincar não tem mais o mesmo significado de antes. Não é jogar bola, pular corda, correr, gritar “te peguei” no esconde-esconde. Hoje, “brincar” é sinônimo de assistir televisão, DVD, mexer no computador. Essa é a alegria da criança moderna. E, quando ela sai disso, é considerada antiquada pelos colegas.
Segundo pesquisa encomendada pela multinacional Unilever, as crianças no Brasil brincam pouco. Dessa pesquisa quase 97% das crianças preferem se divertir com aparelhos eletrônicos. De acordo com a psicóloga Ann Marie Guilmette, ver televisão não é brincar. E quando em excesso, simplesmente afeta a capacidade de criação e imaginação dos pequenos.
Já certas pessoas defendem a ideia de o filho ingressar o quanto antes no mundo adulto. Pensar na crescente concorrência profissional desde cedo é a chave para o sucesso, pois faria com que a criança fosse estimulada a lutar contra isso. Brincar menos, e estudar mais.
Ao matricular a criança em cursos de computação, de línguas, de dança, os pais privam-na de se comportar como tal. Brincar faz bem para o desenvolvimento da criança, e é um ótimo medidor de saúde, diz Brian Sutton-Smith um dos mais renomados educadores dos EUA. Enquanto isso, crianças entre 7 e 14 anos precisam trabalhar para auxiliarem no sustento familiar. Verifica-se um verdadeiro contraste social no Brasil.
Enfim, ser criança hoje não é fácil. Se a renda não for suficiente, é necessário trabalhar. E renunciar a toda infância, instante único de fantasias. Adiar esse pequeno espaço da vida de alguém para se alcançar o outro lado da ponte o mais rápido é irracional. É irracional transgredir o tempo da criança para formá-la, moldá-la ao mundo formal. Tudo no seu tempo. Afinal, ser criança não é ser adulto.
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