"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Voltaire

segunda-feira, 26 de março de 2012

EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: ATÉ QUANDO SERÁ COMO ESTÁ?



O peso da caneta é mais leve que o peso da enxada, ao menos materialmente.”

Hoje, não só meu riquíssimo e digníssimo estado de Goiás vive a crise na educação pública, mas também muitos outros estados brasileiros. Uma problemática nacional que se arrasta desde as décadas de 60-70 (em análise recente). Má remuneração profissional e condição de trabalho são os fortes incentivadores a greves e revoltas acadêmicas que afligem o sistema educacional do Brasil. Os impostos devem ser investidos aí, de maneira que não seja mais um simples ato de Governo, e sim um importante ato de Estado.

O Brasil vem a cada dia se despontando entre as maiores economias do mundo. Uma verdade. Porém, a que preço? Qualificando sua mão-de-obra? Incentivando pesquisas científicas? Ou, explorando do trabalhador sem qualificação, pesados tributos? Ou ainda, privando-o da fundamental educação? Um erro. Um triste erro. Não existe nação que se sustente sem pessoas que pensam. Por exemplo, o desenvolvimento tecnológico que vivemos hoje, é resultado do esforço conjunto de inúmeras pessoas no passado, que então, deixaram seu legado histórico à humanidade.

Lembro-me do dia que meu professor de história fez uma comparação bem interessante entre Brasil e Coreia do Sul, pois eram países bem parecidos economicamente e socialmente até 1970-80. Enquanto nós, por meio dos militares, investíamos em equipamentos de guerra, os coreanos investiam pesado em sua indústria intelectual. Nós, passivos e alienados (em relação a massa), permitimos o sucateamento de nossa educação. Anos depois veio a colheita. Colhemos. Agora, temos o que plantamos. Poucos frutos doces. E os coreanos? Bem, colheram doces frutos. Basta ver a tecnologia que deles compramos: hyundais, kias, ssangyongs, samsungs, LGs.

O Estado de Goiás completa esta semana 50 dias sem aulas na rede pública. Uma vergonha. Uma vergonha administrativa não só por esquivar-se de pagar, gratificar, bonificar, honrar quem merece, mas também, por negligenciar a condição dos estudantes, isto é, de sua futura população (gestora e pensante). Acho que o governador do meu estado já nem deve dormir direito. São quase dois meses de entraves políticos e econômicos (?). Quanto a este, pobres vaquinhas que estão presenciando tal situação pela capital... tenho certeza de que elas não gostariam de ver tudo isso, apesar dos milhões nelas gastos. Mas Goiás, assim como o Brasil, infelizmente, se fazem uma contradição. A lógica manda incentivar quem realmente quer trabalhar, algo que não acontece.

Sei que a educação pública brasileira não será solucionada em um curto espaço de tempo. No entanto, quanto mais demorarmos para solucionarmos essa demanda, estaremos nos autoprejudicando. E como resolver isso? A resposta salta-se à cara. Motivação profissional. Quem ganha mais, normalmente tende a trabalhar melhor, porque tem tempo para se preparar melhor. O professor do Estado pode até não ganhar altos salários (como na Coreia), mas com certeza também leu e lê muito ainda. Se os últimos bons professores do Estado desanimarem por completo do setor público, estaremos, enfim, impotentes frente a mão capitalista das instituições privadas.

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