O
Brasil recomeça a viver um dos seus escândalos mais recentes de
corrupção e ladroagem nos órgãos públicos: o Mensalão do PT em
2005. Essencialmente representado por José Dirceu – o Cabeça –
e por José Genoíno – o co-Cabeça do esquema –, o Mensalão
explodiu como uma complexa venda e compra de votos de deputados por
representação política e fortalecimento de caixa de campanha
eleitoral. Este, dito Caixa 2, soa menos agressivamente para os réus
no Supremo Tribunal Federal (STF) que, simplesmente, dinheiro
“marquetado” e embolsado por eles.
Após
sete anos de deflagração do enorme esquema mensaleiro, agora o STF
julga toda a trama arquitetada pelos mentores do governo petista da
época. Naquele momento, nada se podia provar. Até que então vazou
o vídeo com o administrador de Departamento
de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício
Marinho, que
estaria a mando do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) para
receber maços de dinheiro de alguma entenda. Foi o estopim que a
mídia direitista precisava para atacar o governo.
O que a mídia não
contava (e ainda não conta), era com o Mensalão tucano em Minas
Gerais, hoje muito útil como discurso eleitoral para os adversários
do PSDB nessas eleições municipais e, da compra de deputados em
1999 (pelo próprio PSDB) para aprovação de Emenda Constitucional
que permitisse a reeleição de FHC. Tudo confirmado pelo deputado
Ronnie Von Santiago que disse ter recebido R$ 200 mil de psdbistas.
Não foi feito um estardalhaço como o de agora devido a grande
imprensa representativa que era a favor daquele governo.
A corrupção sempre
esteve entremeada na história das partições públicas brasileiras,
configurando, assim, nos fatores econômicos, sociais e políticos
existentes no país. E, não por acaso, esse tema vêm ganhando
preocupação, não apenas da classe média tradicionalmente
moralista, mas das classes que antes eram renegadas da conversa.
Baseando-se exatamente nessa tese de moralidade que os advogados dos
38 réus no “Julgamento do Mensalão” (veja os links abaixo),
tentam ponderar a nobreza de seus clientes. Um fato muito, mas muito
complicado quando a Polícia Federal, o Ministério Público Federal
e a Procuradoria Geral da União acusam-nos de peculato, lavagem de
dinheiro, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha,
evasão de divisas, gestão fraudulenta e falsidade ideológica.
Outra coisa para também
se analisar será a imagem que o Poder Judiciário passará à nação
brasileira ao fim do processo. Se a boca fica amarga por julgar um
ladrão de colarinho, mesmo que o ministro tenha sido posto para essa
função – a de condenar –, não deve esmorecer. Deve sim ser
justo. Algo que a mídia tenta perfazer em seus telespectadores
segundo sua visão modelada, ou seja, sua visão empresarial. É a
suposta “opinião pública” que condena somente o mensalão
petista, mas (estranhamente) não condena o mensalão do DEM e a
barganha no governo FHC. Sem dúvidas haverá a sentença
“CULPADOS!”. A questão é: será que fica o exemplo?
***VEJA AS ANIMAÇÕES NOS SÍTIOS:
***VÍDEOS:
IMPLICANTE.ORG - O CRIME DO MENSALÃO
CQC FAZ UM RESUMO DO MENSALÃO
TV RECORD - PROCURADORIA GERAL PEDE CONDENAÇÃO (08/07/2011)
LEI DOS HOMENS - PARA DEFESA, NÃO EXISTIU MENSALÃO
ARNALDO JABOR - O MENSALÃO (13/09/2006)
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