"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Voltaire

sexta-feira, 1 de março de 2013

DENGUE: UM PROBLEMA DE TODOS


O dengue tem sido uma das principais doenças de preocupação no Brasil de relevância pública. Em especial pela proporção tomada nas últimas décadas. Atitudes simples de prevenção à doença têm sido negligenciadas pela população, enquanto o Governo vem se moderando no combate a epidemia. Devemos ter a real noção da gravidade da situação, pois caso o dengue domine de vez o quadro que se instala na sociedade será muito complicado remediá-lo, uma vez que não há tratamento específico para ele.

A historiografia narra a primeira descrição da doença em 1780, por Benjamin Rush na Filadélfia. A partir daí, os estudos foram sendo aprofundados, quando no início do séc. XIX constatou-se uma ligação com o vírus da febre amarela. No Brasil, a campanha brasileira de erradicação do mosquito Aedes aegypti iniciada por Emílio Ribas em 1903 e Oswaldo Cruz em 1904, obteve tutela técnica e financeira da fundação Rockefeller. Talvez por isso não tenha registros de contaminação entre 1923 e 1981. O primeiro sinal de reinfecção foi na cidade de Belém do Pará.

Doença reemergente com formas graves que nos últimos anos ganhou o status de surto epidêmico, o dengue vem causando inúmeras vítimas pelo país. Goiás, de acordo com o Ministério da Saúde, é o segundo Estado com o maior número de incidências. Dados coletados entre os dias 1° de janeiro de 2013 e 16 de fevereiro de 2013, mostram que foram 444,8 casos para cada 100 mil habitantes. Ou seja, algo próximo a 28 mil pessoas só neste período em Goiás! O vírus vem se alastrando devido a reinfecções da doença ocasionada pelas suas variantes – além de ser favorecido pelo clima tropical. São quatro categorias virais (1, 2, 3 e 4) e, em termos de virulência, na ordem decrescente têm-se os sorotipos 2, 3, 4 e 1.

Os sintomas são variáveis, sendo as principais manifestações: febre alta (tipo febre quebra-ossos), dor muscular, dor nas juntas, fraqueza, náuseas, vômitos, dor no fundo dos olhos, manchas vermelhas na pele (formalizam a doença) e pequenas hemorragias. Esse é o quadro dito clássico. A forma mais grave, generalizada “dengue hemorrágica”, tem sintomatologia primária equivalente à clássica. Logo após o 3° ou 4° dias, começam a ocorrer sangramentos internos, hipotensão, lábios roxeados, dores abdominais e alternam-se períodos de letargia e de agitação. Crises dessa magnitude podem levar a morte.

Uma das consequências do dengue é a hipovolemia. A perda excessiva de água, que pode gerar falência circulatória evoluindo para choque e morte. Portanto, recomenda-se a hidratação contínua. Outra recomendação é evitar ingerir remédios à base de ácido acetil-salicílico e outras substâncias anticoagulantes em suspeita de dengue, pois estes potencializam as hemorragias. Então, como se prevenir desse mal? A doença pode ser controlada e eventualmente suprimida com a eliminação dos vetores. Uma medida é impedir o contato do mosquito a qualquer tipo de água onde ele possa depositar seus ovos e suas larvas desenvolver-se; devem-se cobrir caixas d'água, vasos, pneus e utensílios que acumulem água para evitar a formação de criadouros; uso de repelentes, mosquiteiros, telas e cortinados. O combate biológico pelo fumacê também é válido. E, lógico, a mobilização da comunidade em prol do saneamento ambiental.

Enfim, o combate ao mosquito (ao dengue) deve ser metódico e insistente. Seus ovos são habituados ao clima e podem se manter por longos períodos sem água. Todo cuidado é pouco. Por conseguinte, dedicar um tempo mínimo (que seja semanal) para prevenir-se do mosquito se faz necessário. Esperar pelo poder público para agir pode não ser uma boa ideia. Agora, se ainda assim as pessoas não se motivarem nessa luta, a multa pelo desleixo deve ser aplicada exemplarmente. E que doa muito no bolso. Porque melhor a multa para combater a dengue, do que sentir na pele o que as manchetes denunciam todos os dias.

***QUER SABER MAIS

CARTILHA DE COMBATE AO DENGUE:

PORTAL DA SAÚDE - MINISTÉRIO DA SAÚDE:

SITE DA DENGUE:

***VÍDEOS

COMBATA A DENGUE - COM VITOR BELFORT

COMBATA A DENGUE - MINISTÉRIO DA SAÚDE

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