Viver
em sociedade é complicado devido as diversas adversidades da
convivência em coletividade. Primeiro porque responsabilidades são
impostas às pessoas – o que exige certos gastos. Segundo, porque a
cobrança é tamanha, que não são raros os casos de problemas
psicológicos ou familiares devido ao estresse. Tudo isso é
negligenciado pelo PIB, que se atém apenas aos critérios
econômicos, diferentemente do FIB. Este, nasceu com o intuito de
medir o grau de felicidade das pessoas – algo impalpável –, ao
contrário do PIB. Uma ideia que até poderia dar certo caso o homem
não fosse um tanto materialista, e ao mesmo tempo egoísta.
Para
muitas pessoas, pensar no significado da palavra felicidade é quase
que instantâneo casá-la a palavra dinheiro. Se tornou banal pensar
dessa forma. Pois, para o ocidental, tal situação lhe confere todos
os luxos de uma vida confortável. No entanto, lá no Himalaia, num
país bem pequeno chamado Butão, desde 1972, o rei instituiu a
Felicidade Interna Bruta (FIB) cuja finalidade não fugiria a
melhorar a vida de seu povo, sem necessariamente, ter todo o luxo
possível.
O
FIB avalia a saúde física e mental, o uso adequado do tempo, o grau
de cultura, de educação, de influência ecológica e de vida social
das pessoas, além do bom funcionamento do Estado. Para os butaneses
“não existe felicidade se ainda há pessoas ao seu redor
sofrendo”. Proposta aparentemente boa se comparada ao PIB, o então
dito medidor de “Fracasso dos Governos”. Porém, os os dois
medidores, mesmo diferindo em alguns pontos, não se sobrepõem no
intuito de resolver as desigualdades sociais e humanas mundo a fora.
No
começo do ano (acho que em Abril) li o texto “A felicidade interna
do rei do Butão” na Folha de S. Paulo, em que Bruno Garschagen me
fez começar a refletir sobre este tema que aqui discutimos. Ele
disse uma algo interessante em seu artigo: como buscar a felicidade
em países de estrutura-histórica estilo América do Sul se as
condições básicas de inúmeras pessoas não são supridas? Falta
saúde, falta educação, falta segurança... Se torna uma utopia o
sonho-FIB na presença estatística de altos índices de desemprego e
doenças. A motivação foi-se embora há muito tempo.
Enfim,
conciliar felicidade e progresso econômico não é fácil. A
felicidade depende da pessoa e o desenvolvimento econômico do todo.
Dessa maneira, interligar o particular com a maioria se torna bem
complexo. É uma briga de interesses. Só se é feliz quando a vida
profissional e familiar vão bem para o homem contemporâneo. Só
existe progresso econômico se todos trabalharem sem ter,
necessariamente, felicidade coletiva. Uma pena. Que bom seria, assim,
o bem-estar coletivo, mas nunca uma felicidade coletiva.
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